Meu Testemunho - Parte 2







Depois que comecei a freqüentar o centro espirita (centro de Ubanda) havia crido mesmo que ficaria curado daquela doença infeliz. Mas depois de 3 meses tudo voltou a acontecer e eu já não tinha mais tanta fé nos "passes de cura" do tal "mestre" daquele centro. Ele me disse que eu precisava desenvolver a mediunidade, que era médium consciente e que precisaria oferecer rezas, velas e flores para o meu "guia de frente". Mas tudo isso só veio para tornar tudo mais sombrio e complicado na minha vida já tão cheia de angustia. Comecei a tomar banhos, fazer oferendas, rezas e nada disso resolveria o meu caso. Além disso foi dito que o meu pai tambem era médium e era necessário praticar a mediunidade, e por fim o meu irmão (Ivaldo, que hoje é um servo de Deus e pastor). Era a beira do abismo para mim, o meio da tempestade, o fundo do poco para mim, pois eu não estava de acordo com tudo aquilo. Eu ainda não tinha forte opinião e me sentia obrigado a ir aquele lugar em obediencia aos meus pais (Nemésia e Expedito, de saudosa memória, pois ele já está com o Senhor).
Com o passar do tempo durante 4 anos frequentamos dois espíritas. Tudo estava confuso e emaranhado para mim. Ainda sofria de convulsões e não tinha já tanta esperança nas consultas mediúnicas que eu fazia. Tudo era em vão naqueles lugares. Era preciso que eu buscasse outros meios para ser curado mais não sabia onde nem quando. Como eu disse antes era um jovem tímido e solitário que passava o tempo lendo gramatica portuguesa, uma coleção de Ensino Supletivo, gibis... e que gostava de escrever vários poemas durante o dia. Eu sonhava em ser um poeta escritor e publicar livros (comecei a escrever poemas aos 12 anos). Eu creio que a leitura daquela gramática e um mergulho através do universo literário que lá se encontrava me influenciou, me ensinou, e busquei inspiração para os meus primeiros versos. Agora vejo que tudo aquilo era uma terapia para mim. Eu estava num universo paralelo. Já não me sentia mais tão só. Tinha amigos tais como Castro Alves, Drummond de Andrade, Cruz e Souza, Machado de Assis, e tantos outros poetas e escritores estudados naquela gramática. Não fosse o total descaso, a falta de mais incentivo de meus pais e irmãos, quem sabe hoje eu seria um bem conhecido poeta fazendo parte da academia de letras...(risos). Sem tanto incetivo e por ter um certo grau de sentimento de inferioridade eu creio que fui vencido pelo mesmo e desisti da idéia. Mas não parei de rabiscar os meus versos e ainda hoje eu deixei de escrever (para mim mesmo).
Em 1984 mudamos para uma nova casa construida pelo meu pai no centro da cidade. Respiramos novos ventos, um não sei que de esperança aqueceu-me o coração e pude olhar para o alto um pouco. Um dos nossos vizinhos era o pastor evangélico Edvanildo de Medeiros Santos. Ele nos conhecia desde longa data.
De 1986 até 1989 eu fiz parte da pastoral da junventude da igreja católica. Ainda cheguei a tocar orgão durante as missas e participar das reuniões, encontros e retiros de carnaval que a pastoral realizava. No ano de 87 a minha mãe padeceu de uma enfermidade estranha e que surgiu do nada. Eram feridas nas suas pernas que até mesmo exalavam mau cheiro. Ela passava parte do dia deitada e todos sofriamos juntos com ela. Não tinhamos uma explicação satisfatõria a respeito do que poderia ser e do que estava causando aquilo. Isto me fez esquecer até mesmo as minhas convulsões, e eu estava muito triste vendo minha maesinha naquele estado. Como ainda participávamos do espiritismo fomos nele buscar alguma solução. O médium receitou banhos, chás disso e daquilo, passes, rezas mas, nada disso fazia o mínimo de diferença. Nada estava servindo. Como no meu caso, mas ainda restava uma esperança (ou melhor, ilusão) de que iria ser curado no espíritismo. Embora isto estava tardando para acontecer. Nem eu, nem minha mãe obtivemos graça alguma no espiritismo. Eles, os "guias" estavam procrastinando em tudo. A verdade é que eles não tinham nada de bom para nos oferecer. Por isso minha cura jamais aconteceria.
Eu estava desesperado com tudo que estava ocorrendo na minha casa. Como se já não bastasse eu ser um fardo para meus pais e irmãos agora minha mãe também estava enferma e sem esperanças. No dia das mães, maio de 87 ela chamou a todos nós para se despedir, porque sentia que a sua hora estava chegando. Já não esperava mais nada. O medicamento, antibióticos fortes que o pastor que era farmaceutico receitava também não estava servindo coisa alguma.
Uns dias depois deste episódio eu estava diante do altar da igreja (católica). Eu me ajoelhei diante e orei a Deus. Pedi que Ele nos tirasse do espiritismo de qualquer jeito. Eu disse que não gostava daquele lugar. Orei para que ele curasse minha mãe, me levantei e fui para casa. Eu creio que Senhor ouviu esta minha oração, pois eu comecei a vislumbrar um novo horizonte na minha vida. Dias depois minha mãe pediu que chamássemos o pastor Edvanildo. Ela disse que "agora só Deus pode dar solução para minha vida". Pai relutou um pouco, católico praticante que era, mas minutos depois dirigiu-se até a farmácia e contou tudo ao pastor. À noite ele chegou lá em casa acompanhada da esposa, e de alguns obreiros da igreja Assembléia de Deus. Levantaram um clamor pela nossa família, ordenaram que em Nome de Jesus todo o engano de Satanás deixasse nosso lar e pediu a bênção de Deus sobre nós. Oraram, impuseram as mãos e ungiram mãe, determinando pela fé em Jesus a sua cura. Isto sim trouxe a verdadeira solução para ela. Dias depois entregaram suas vida a Jesus juntamente com mais quatro irmão meus. Agora eu podia notar alegria e felicidade na face de mãe.

(Leia a continuação na próxima postagem)

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