Ínfima, Infinita Morte

Morte vívida, morte clara,
Plácida morte.
Audível morte, explosão de calma.
Morte, astuciosa morte.
Aspergindo meus entes de lágrimas copiosas.
Caiu do céu, belicosa morte
Que a vida buscas também.
Ó morte, ó sorte, ó cálice carmim!...
Que pages, que webes, que pastas
Ou arquivo caberiam tudo que sei sobre ti.
Morte que embalastes o corpo de um Santo,
Chegas cobertas de folhas de outono,
De frios invernos boreais perante mim.
Diga-me onde traças teu caminho perto de mim.
Mostra-me ao menos de onde surgistes,
Que mãos te teceram (se é que alguém te teceu).

Morte, copiosa morte, esta é a sorte
Dos que não tem sorte.
Morte suspirante, impensável morte.
Buscarás meu corpo e te apossarás
Dele convulsionadamente, buliçosamente,
Redimida sorte no fim dos meus dias.
O que parecia tristeza será alegria;
Todos os escuros vários sóis serão.
Morte, vestida de esporte
Desfilando altiva, esta é tua sorte.
Morte, austera morte, calorosa morte
Que este meu corpo
Não assombrarás.
Ó morte ínfima, infinita minúscula razão
Tens de existir, para que os pobres humanos
Angustiem o espírito.
Morte sem corte, sem norte, sem sorte, ó morte
No fim dos meus dias.

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